Interrupção Voluntária da Vida Alheia

(O texto é fictício. Mas a semelhança com discursos de alguns abortistas de hoje não é mera coincidência)

É lamentável que nos dias de hoje ainda haja quem se oponha à interrupção voluntária da vida alheira (IVVA, como é mais conhecida). Elementos fundamentalistas continuam a considerar tal prática um “assassinato”, o mesmo termo utilizado outrora para condenar o aborto e a eutanásia. É pena… Por mais que expliquemos que a IVVA é voluntária e não compulsória, que ninguém é obrigado a praticá-la, que se trata apenas de um direito subjetivo do interruptor, os intransigentes de sempre, apegados a seus preconceitos, continuam a condená-la.

Tal atitude hipócrita esconde a triste realidade de que só no nosso país mais de 300 mil pessoas morrem por ano vítimas de IVVAs mal feitas. Nos países civilizados e desenvolvidos, a IVVA é tão comum quanto uma operação de saque bancário, e é feita com toda higiene e segurança. Que pessoa de bom senso ousaria negar ao cidadão o direito de eliminar o outro com o qual não tem afinidade? Quem seria tão cruel a ponto de condená-lo a suportar, às vezes por anos a fio, uma convivência insuportável com um companheiro de profissão ou de escola?

Há quem proponha que para esses casos seria melhor abandonar o lugar de trabalho ou de estudo. Proposição hipócrita. Quem diz isso jamais deve ter passado pelo drama de uma companhia compulsória indesejada.

Para se opor à IVVA usa-se o mesmo chavão outrora usado para combater o aborto e a eutanásia: o direito à vida. Acontece que, ao impedirem a legalização da IVVA, estão destruindo a vida de muitas pessoas cuja felicidade só pode ser alcançada pela eliminação do companheiro incômodo.

Anápolis, 14 de outubro de 2001

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

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